Papel num regime alimentar saudável

Os adoçantes sem ou de baixas calorias proporcionam uma forma simples de reduzir a quantidade de açúcares e a ingestão de calorias na nossa alimentação. Quando utilizados como parte de um regime alimentar e estilo de vida saudáveis, os adoçantes sem ou de baixas calorias podem ajudar-nos a cumprir as atuais recomendações de saúde pública para reduzir o consumo excessivo de açúcar sem afetar a fruição de alimentos e bebidas com sabor doce.

O sabor doce na nossa alimentação

O gosto pela doçura é inato e abrange todas as idades e culturas em todo o mundo, o que torna o sabor doce uma parte integrante da alimentação humana. Ao mesmo tempo, reduzir o consumo excessivo de açúcar é uma recomendação de saúde pública. No entanto, conseguir que as pessoas reduzam significativamente o gosto pela doçura na sua alimentação é um desafio. O principal benefício dos adoçantes sem ou de baixas calorias é que as pessoas ainda podem desfrutar de alimentos e bebidas com sabor doce e que contenham menos açúcar e menos calorias. Em muitos casos, o consumo de uma bebida adoçada com baixo teor calórico ou sem calorias pode ajudar a diminuir o desejo de doçura e a ingestão de alimentos doces.1

O papel dos adoçantes sem ou de baixas calorias na redução do açúcar

Num período com um nível preocupante das taxas de obesidade e doenças não transmissíveis (DNT) a nível mundial, os Governos de todo o mundo estão empenhados em enfrentar este desafio partilhado com uma abordagem de toda a sociedade, envolvendo todos os atores relevantes. Os decisores políticos instaram as empresas de alimentos e bebidas a contribuir para reduzir os fatores de risco das DNT e para criar ambientes alimentares saudáveis, ao reformular os produtos de modo a proporcionar opções mais saudáveis.2,3

Devido às suas propriedades, os adoçantes sem ou de baixas calorias permitem aos fabricantes apoiar estes objetivos de saúde, desenvolvendo alimentos e bebidas com menos energia e menos açúcares. Ao terem um poder adoçante muito elevado em comparação com os açúcares, na prática, os adoçantes sem ou de baixas calorias são utilizados em quantidades mínimas para conferir o nível desejado de doçura aos alimentos e bebidas, ao mesmo tempo que contribuem com muito pouca ou nenhuma energia para o produto final.4

Quando utilizados como parte de uma alimentação e estilo de vida saudáveis, os adoçantes sem ou de baixas calorias podem ajudar-nos a cumprir as atuais recomendações de saúde pública para reduzir o consumo excessivo de açúcar sem afetar o prazer de alimentos e bebidas com sabor doce. De facto, os consumidores de bebidas sem ou de baixas calorias têm maiores probabilidades de cumprir a recomendação de ingestão de açúcares, em comparação com os consumidores de bebidas açucaradas, de acordo com um recente estudo britânico.5

Os adoçantes sem ou de baixas calorias são úteis na redução do consumo de calorias

Ao substituir os açúcares em alimentos e bebidas, os adoçantes sem ou de baixas calorias ajudam a diminuir a densidade energética destes alimentos (a quantidade de calorias por grama de alimento), o que, por sua vez, poderá implicar uma poupança significativa de calorias. Numerosos estudos que testam o impacto do consumo de adoçantes sem ou de baixas calorias no consumo calórico da refeição seguinte e no consumo energético diário total mostram que existe uma diminuição calórica significativa com a utilização de adoçantes sem ou de baixas calorias quando comparados com o açúcar, e sem diferença significativa quando comparados com água ou outras bebidas não adoçadas.6,7

Adoçantes sem ou de baixas calorias como parte de um regime alimentar saudável

As recomendações em matéria de saúde nutricional em todo o mundo encorajam os indivíduos a seguir um regime alimentar e estilo de vida saudáveis para apoiar a saúde e o bem-estar em geral, incluindo um peso corporal saudável. Comer com sensatez, escolher uma alimentação variada de alta qualidade entre uma gama de alimentos e manter-se ativo são todas excelentes formas de promover a saúde.

A escolha de alimentos ou bebidas sem ou de baixas calorias tem sido associada à melhoria da qualidade da alimentação em diferentes populações em todo o mundo, tais como nos EUA, no Reino Unido e no Brasil.5,8-10 A investigação demonstra que os consumidores de produtos sem ou de baixas calorias tendem a ter uma alimentação de maior qualidade com produtos alimentares menos açucarados e maior ingestão de outros grupos alimentares saudáveis, tais como frutas e vegetais.

Os adoçantes sem ou de baixas calorias são também frequentemente utilizados nos esforços de gestão e controlo de peso e/ou como parte de uma estratégia bem sucedida de manutenção da perda de peso.11 As pessoas que estão num esforço de perda de peso ou que desejam gerir o seu peso corporal ou os seus níveis de glicose estão a utilizar mais frequentemente alimentos e bebidas sem ou de baixas calorias.12,13 Estudos recentes sugerem também que o consumo de bebidas dietéticas com adoçantes sem ou de baixas calorias pode ajudar quem está de dieta ou que deseja perder peso corporal a controlar a ingestão de alimentos quando em estado de desejo, e também a alinhar objetivos potencialmente conflituosos de um regime de dieta alimentar, ou seja, alimentação agradável e prazerosa e o controlo de peso.14

  1. Bellisle F. Intense Sweeteners, Appetite for the Sweet Taste, and Relationship to Weight Management. Curr Obes Rep 2015; 4(1): 106-110
  2. EU Framework for National Initiatives on Selected Nutrients, Annex II: Added Sugars, 2015
  3. Public Health England (PHE) 2015. Sugar reduction: The evidence for action. Annexe 5: Food Available online at: https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/470176/Annexe_5._Food_Supply.pdf
  4. Gibson S, Ashwell M, Arthur J, et al. What can the food and drink industry do to help achieve the 5% free sugars goal? Perspect Public Health.2017 Jul; 137(4): 237-247
  5. Patel L, Alicandron G, La Vecchia C. Low-calorie beverage consumption, diet quality and cardiometabolic risk factor in British adults. Nutrients 2018; 10: 1261
  6. Rogers PJ, Hogenkamp PS, de Graaf C, et al. Does low-energy sweetener consumption affect energy intake and body weight? A systematic review, including meta-analyses, of the evidence from human and animal studies. Int J Obes (Lond) 2016; 40: 381-94
  7. Toews I, Lohner S, de Gaudry DK, Sommer J, Meerpohl JJ. Association between intake of non-sugar sweeteners and health outcomes: systematic review and meta-analyses of randomised and non-randomised controlled trials and observational studies. BMJ 2019;363: k4718
  8. Drewnowski A, Rehm CD. Consumption of low-calorie sweeteners among U.S. adults is associated with higher Healthy Eating Index (HEI 2005) scores and more physical activity. Nutrients. 2014; 6(10): 4389-403
  9. Leahy M, Ratliff JC, Riedt CS, Fulgoni III VL. Consumption of Low-Calorie Sweetened Beverages Compared to Water Is Associated with Reduced Intake of Carbohydrates and Sugar, with No Adverse Relationships to Glycemic Responses: Results from the 2001–2012 National Health and Nutrition Examination Surveys. Nutrients2017; 9: 928
  10. Silva Monteiro L, Kulik Hassan B, Melo Rodrigues PR, Massae Yokoo E, Sichieri R, Alves Pereira R. Use of table sugar and artificial sweeteners in Brazil: National Dietary Survey 2008-2009. Nutrients 2018; 10: 295
  11. Catenacci VA, Pan Z, Thomas JG, et al. Low/no calorie sweetened beverage consumption in the National Weight Control Registry. Obesity (Silver Spring) 2014; 22(10): 2244-51
  12. Drewnowski A, Rehm C. The use of low-calorie sweeteners is associated with self-reported prior intent to lose weight in a representative sample of US adults. Nutrition & Diabetes 2016; 6: e202
  13. Grech A, Kam CO, Gemming L, Rangan A. Diet-Quality and Socio-Demographic Factors Associated with Non-Nutritive Sweetener Use in the Australian Population. Nutrition 2018; 10: 833
  14. Maloney NG, Christiansen P, Harrold JA, Halford JCG, Hardman CA. Do low-calorie sweetened beverages help to control food cravings? Two experimental studies. Physiology & Behavior 2019; 208: 112500