Sumário
Os cientistas reconhecem que os estudos de observação, pela sua natureza, não podem provar causa e efeito. Partindo deste pressuposto, as descobertas do estudo de Chia et al. que sustentam que as pessoas mais velhas que consumiram adoçantes de baixas calorias apresentaram um IMC superior de 0,8kg / m2 e maior perímetro abdominal, em comparação com não consumidores, não podem fornecer evidências dessa relação.
Além disso, no que diz respeito à metodologia do estudo, os dois grupos não são comparáveis no ponto de partida, uma vez que os utilizadores de adoçantes de baixas calorias já tinham maior IMC e perímetro abdominal quando foram recrutados para o estudo. Um ponto fundamental deste estudo não é apenas se os utilizadores de adoçantes de baixas calorias/ utilizadores desde sempre são mais pesados no ponto de partida (o que é óbvio e reconhecido), mas se os indivíduos que ganham peso tendem a permanecer ou tornar-se utilizadores de adoçantes de baixas calorias. Este tipo de causalidade reversa não pode ser abordado num estudo observacional (particularmente com uma dimensão tão reduzida, ou seja, 785 utilizadores de adoçantes de baixas calorias em comparação com 669 não-utilizadores). Pelo contrário, ensaios clínicos em humanos não confirmam que os adoçantes de baixas calorias podem causar aumento de peso. Isto é consistente com o facto de que os adoçantes de baixas calorias não têm calorias para contribuir para o aumento de peso ou para desenvolver gordura. Para mais informações, leia os comentários da ISA acedendo aqui.