Ingestão de adoçantes sem ou de baixas calorias (LNCS) pela população brasileira

Autor(es): Barraj L, Scrafford C, Bi X and Tran N.
Nome da Publicação : Food Additives & Contaminants: Part A, 2020. doi: 10.1080/19440049.2020.1846083
Ano de publicação : 2020

Abstracto

A ingestão estimada de seis adoçantes sem ou de baixas calorias (LNCS) (acessulfame de potássio, aspartame, ciclamato, sacarina, glicosídeos de esteviol e sucralose) a partir de alimentos processados e bebidas, bem como a partir da utilização de edulcorantes de mesa, pela população brasileira foram derivadas e comparadas com a respetiva Dose Diária Aceitável (DDA). As estimativas foram baseadas em dados de consumo alimentar de um inquérito transversal a nível nacional conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008-2009 e as taxas de utilização de LNCS e informação de quotas de mercado com base em dados fornecidos por membros da indústria brasileira. Foram considerados dois cenários de consumo: um cenário conservador de consumo fiel à marca que assume que todos os alimentos e bebidas contendo LNCS e edulcorantes de mesa contêm as concentrações máximas notificadas de LNCS (Cenário A) e um cenário representativo da população de consumidores em geral que utiliza uma média ponderada da quota de mercado das concentrações notificadas (Cenário B). Foram obtidas estimativas de consumo para a população total brasileira (+10 anos de idade), e para as subpopulações de adolescentes (10-18 anos), adultos (19-59 anos), e adultos mais velhos (+60 anos). A ingestão de LNCS até ao percentil 95 não excedeu a sua respetiva DDA para todas as subpopulações consideradas, quer no cenário geral de consumo, quer no cenário de fidelidade à marca. Entre os consumidores com +10 anos de idade, os consumos do percentil 95 dos vários LNCS variaram entre 6,8% e 54% das suas respetivas DDAs para o cenário de fidelidade à marca e de <1% a 6,0% das suas respetivas DDAs para o cenário de consumo geral.

Sumário

Numa altura de taxas preocupantes de obesidade, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a redução da ingestão de açúcares para menos de 10% da ingestão total de energia na alimentação. Devido às suas propriedades, os adoçantes sem ou de baixas calorias (LNCS) podem ser utilizados para este fim. Esta substituição levou a questões sobre o possível aumento do consumo de LNCS e um risco potencial de exceder a Dose Diária Admissível (DDA, a quantidade de um adoçante sem ou de baixas calorias que pode ser consumida diariamente ao longo da vida sem representar um risco apreciável para a saúde) para cada LNCS.

Embora uma revisão anterior exaustiva dos dados de ingestão global (Martyn et al. 2018) confirmar que a ingestão de LNCS está dentro dos níveis de DDA, os dados para o Brasil eram limitados. Portanto, este estudo analisa a ingestão de seis edulcorantes sem ou de baixas calorias (acessulfame de potássio, aspartame, ciclamato, sacarina, glicosídeos de esteviol e sucralose) pela população brasileira, comparando-a com a respetiva DDA. As estimativas baseiam-se em dados de consumo alimentar de um inquérito transversal a nível nacional conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008-2009, bem como em taxas de utilização de LNCS e informação de quotas de mercado fornecida pela indústria no Brasil.

O estudo atual concluiu que a ingestão de LNCS não excedeu a sua respetiva DDA em ambos os cenários analisados (cenário conservador de consumidores fiéis à marca e um cenário mais representativo de consumidores em geral que utiliza dados de quotas de mercado) para todas as subpopulações consideradas.

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