Novo ensaio clínico sobre os efeitos das bebidas adoçantes de baixas calorias no peso corporal

Sendo um “perdedor” bem sucedido, quando se trata de perda e manutenção de peso, a tarefa não é exatamente fácil. Perder peso já é difícil, mas manter o peso perdido é o maior desafio. Uma série de estudos epidemiológicos e clínicos1,2,3 identificaram certas estratégias e ferramentas que podem ser úteis na manutenção da perda de peso, incluindo o uso de adoçantes de baixas calorias como parte de uma dieta saudável e um estilo de vida ativo.

Um novo estudo clínico aleatorizado, publicado no jornal “Obesity”, e analisado por pares, traz boas notícias para pessoas em dieta que durante o seu programa de manutenção de peso querem saborear o doce, mas não as calorias, pois fornece fortes evidências de que as bebidas com adoçantes de baixas calorias podem ajudar a manter o peso corporal com sucesso no longo prazo.

Melhores resultados alcançados com bebidas açucaradas de baixas calorias num programa de manutenção de peso

O estudo avaliou os efeitos da água em relação às bebidas com adoçantes de baixas calorias(bebidas ABC) no peso corporal, numa amostra de 303 adultos com excesso de peso e obesidade, durante um programa comportamental de um ano, de perda e manutenção de peso. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente a um dos dois grupos: aqueles que foram autorizados a consumir bebidas ABC (710ml/0,71 litros diariamente) e aqueles que estavam no grupo de controle a consumir apenas água. Os resultados do estudo de um ano, concluído por 222 sujeitos (sem diferença entre os grupos), mostraram que o grupo ABC registou:

  • Uma manutenção da perda de peso superior: os participantes que bebiam bebidas ABC apresentaram melhores resultados após 52 semanas (6,21 ± 7,65 kg), em comparação com o grupo que apenas consumiu água (2,45 ± 5,59 kg; P & lt; 0,001). No grupo de bebidas ABC, cerca de mais 19% dos participantes perderam pelo menos 5% de seu peso corporal, desde o início do programa até ao final do primeiro ano, em comparação com o grupo que consumiu água (44,2% e 25,5%, respetivamente).
  • Maior redução do perímetro abdominal:O perímetro abdominal diminuiu significativamente mais no grupo que consumiu bebidas ABC comparado com o grupo que consumiu água (em média -8,67cm vs -4,17cm; P<0.001).
  • Menos fome: Os participantes no grupo da água relataram sentir significativamente mais fome no primeiro ano em comparação com o início do estudo, enquanto o grupo de bebidas ABC não relatou aumento na fome subjetiva.

Esta nova publicação de Peters et al baseia-se nos resultados da primeira fase do estudo, que descobriu que os indivíduos que consumiram bebidas dietéticas perderam 45% mais peso do que os do grupo que consumiu água (em média, 5,95 kg vs. 4,09 kg, P & lt ; 0.001) durante um programa de perda de peso de 12 semanas5.

Estudos adicionais em humanos confirmam os benefícios a longo prazo de consumir adoçantes de baixas calorias

Um conjunto considerável de evidências científicas de estudos em humanos6,7,8,9, principalmente RCTs, que constituem o padrão de excelência na investigação nutricional, concordam que os adoçantes de baixas calorias, como o aspartame e a sucralose, podem ajudar nareduzindo a ingestão de energia e o peso corporal, tanto a curto como a longo prazo, quando consumido como parte de um plano dietético saudável de perda de peso. Por exemplo, um estudo prospectivo aleatorizado de dois anos6 concluiu que o consumo de alimentos e bebidas com adoçantes de baixas calorias durante um programa de perda de peso, ajudou as pessoas com obesidade a perder mais peso e a mantê-lo de forma mais eficaz, por um período de 2 anos, em comparação com os não utilizadores. Do mesmo modo, outro estudo clínico aleatorizado com 318 participantes mostrou que pessoas obesas que utilizavam adoçantes de baixas calorias durante a sua dieta para perda de peso, obtiveram melhores resultados ao longo de um período de 6 meses. Mais recentemente, uma meta-análise8 de ensaios controlados aleatorizados também confirmaram que “o uso de edulcorantes de baixas calorias em substituição de açúcares, leva à redução da ingestão de energia e do peso corporal, tanto em crianças como em adultos”.

Principais estratégias para a manutenção de peso a longo prazo

Foram identificados em indivíduos que conseguiram manter o peso perdido uma série de comportamentos comuns, entre os quais as seguintes cinco principais estratégias geralmente adotadas para a manutenção de peso bem sucedida, com base nos resultados do National Weight Control Registry3,9,10, o maior estudo prospectivo de manutenção de perda de peso de longo prazo.

  • Tomar diariamente um pequeno almoço saudável.
  • Monitorizar o peso corporal uma vez por semana.
  • Ser todos os dias mais ativo! Praticar exercício físico regularmente e evitar as atividades sedentárias.
  • Coma refeições regulares saudáveis e lanches quatro a cinco vezes por dia. Durante o dia procure fazer as refeições em horários planeados .
  • Opte por alimentos e bebidas com adoçantes de baixas calorias.

Ao fornecer o sabor doce sem calorias, as opções de baixas calorias podem contribuir de forma útil para uma dieta saudável e para um controlo de calorias, ajudando na dieta para a perda de peso e contribuindo para a manutenção de peso a longo prazo. Na ficha informativa da ISA, poderá encontrar sugestões úteis para efetuar trocas inteligentes, que podem ajudar a substituir um alimento e bebida típicos, por uma opção com menos caloriasclicking here.

Leia mais conselhos e sugestões úteis para um controle de peso bem sucedido na British Dietetic Association Food Fact Sheethere.

Pode aceder à publicação original de Peters et al here. O estudo foi financiado pela American Beverage Association.

  1. Soleymani T., Daniel S. and Garvey, W. T. Obes Rev 2016, 17: 81-93
  2. Dombrowski SU et al, BMJ 2014; 348: g2646
  3. Wing RR and Phelan S. Am J Clin Nutr 2005, 82 (1Suppl): 222S-225S
  4. Peters JC et al, Obesity (Silver Spring). 2015 Dec 26. doi: 10.1002/oby.21327.
  5. Peters JC et al, Obesity (Silver Spring) 2014; 22: 1415-1421
  6. Blackburn GL et al, Am J Clin Nutr 1997; 65: 409-418.
  7. Tate DF et al, Am J Clin Nutr 2012;95:555-563.
  8. Rogers PJ et al, Int J Obes (Lond). 2015 Sep 14. doi: 10.1038/ijo.2015.177
  9. Catenacci VA et al, Obesity (Silver Spring) 2014; 22:2244-2251.
  10. Thomas JG et al, Am J Prev Med 2014; 46, 1, 17-23